segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


Textos de Vestibular


Aqui, estão o ERIC WILLEMSENS, a FERNANDA FARIAS, a FERNANDA CALDAS e o ÁLVARO FILOGÔNIO - alunos em 2008 e 2009. Pessoas muito queridas. Abaixo, um texto de cada um.


Artigo de opinião, referente à reportagem da Revista Veja, de Eric Willemsens

- Mudando com o mundo -


Na revista Veja do dia 18 de fevereiro de 2009, foi publicada uma reportagem sobre a juventude dos dias atuais. Dentre os assuntos abordados, estavam o relacionamento com os pais, os hábitos, a facilidade de lidar com aparelhos eletrônicos, as características... O texto apresenta uma série de argumentos que, coerentes para alguns leitores, são errôneos para outros.


Os jovens dos anos 90 são acusados de não apresentarem um caráter revolucionário, assim como ocorria com os das décadas de 60 e 70. O mundo, entretanto, sofreu uma série de mudanças nesses trinta anos, e os anseios e as perspectivas dos adolescentes também. Na época da Guerra Fria, a enorme tensão e a incerteza do futuro do planeta abalavam a todos. A juventude, então, manifestava-se intensamente toda vez que seus interesses eram lesados. O jovem mudou não porque se tornou individualista como alega a reportagem, mas por causa do novo contexto mundial.


Alguns argumentos, por outro lado, estão mais concretos e têm o poder de convencimento maior. Segundo a reportagem, com a presença da Internet, os jovens têm amplo acesso a informações; porém, eles não se aprofundam em nenhum tema. Tal situação, de fato, é verdadeira. Com centenas de informações, a juventude acaba por ficar meio perdida e, assim, informa-se superficialmente, na maioria das vezes. Algum aprofundamento é importante, pois faz o jovem raciocinar, possibilitando o poder de crítica.


A reportagem, em geral, coloca-se contra os jovens. Eles são mais criticados do que elogiados. O texto, no entanto, foi escrito por um autor que viveu a sua juventude em uma época diferente, quando as características da sociedade eram outras. O comportamento juvenil é extremamente influenciado pelo ambiente e pelo momento histórico. Sendo assim, ao criticar um jovem, deve-se, antes, perceber as influências que ele sofre dos adultos.




Artigo de opinião de Fernanda Farias


- O maior dos mitos -


Depois da última quarta-feira, dia 12 de agosto, dia em que ocorreu, na PUC, a palestra sobre felicidade e realização pessoal, parece que os alunos pararam para pensar nesses conceitos. Do bar às salas de aula, não se fala em outra coisa. Como aluna de psicologia do quarto período, levei em conta os diferentes aspectos desses sentimentos para criar um conceito próprio; afinal, felicidade se constrói de acordo com seus desejos e capacidade de realização.


Felicidade é um conceito que não se pode restringir ao plano dos desejos. Para isso, temos outra palavra: sonhos. Não pode ser definido como realização também, pois, se assim fosse feito, trabalho seria sinônimo de felicidade, e todos os profissionais exerceriam suas profissões com gosto. Não pode ser tão passageiro como alegria, feito que é um estado permanente, mas não eterno.


As pessoas fazem da felicidade um mito, como de fosse impossível, ou, no mínimo, muito difícil de se conseguir obtê-la. Alguns dizem até mesmo que, para a alcançar , deve-se passar por caminhos dolorosos. Discordo. Se felicidade é o prêmio por passar por sofrimento, ela transforma-se apenas em alívio. Concluo, então, que felicidade é algo pleno e puro. Como água e óleo, ela não se mistura à tristeza, raiva ou ódio. Deve ser construída e não encontrada: não se acha a felicidade em alguém, mas com alguém.


O importante não é procurar ou definir o conceito, mas reconhecer o que lhe dá origem. Existem, porém, aspectos fundamentais para se alcançar a felicidade: estar em paz consigo mesmo, amar e ser amado e ter uma profissão que lhe proporcione satisfação.





Artigo de opinião de Fernanda Caldas


- Tudo é Passageiro -


A partir da publicação de textos sobre a efemeridade no último número do jornal de nosso departamento de Filosofia, pude entender seu sentido quando se trata do ser humano. O homem, ao longo de sua vida, é rodeado de fatos e valores, que passam por um processo de mudança constante. Sendo assim, é possível perceber que tudo pode ser substituído e, por isso, estamos envolvidos em relações de superficialidade a todo o momento.


A cultura digital, assim como as questões éticas são exemplos da constante efemeridade que vivemos. Novas eras tecnológicas, a variação dos papéis sociais do indivíduo e o vocabulário moderno estão sempre sendo modificados e, desta forma, a humanidade é diretamente afetada. Sendo para melhor ou para pior, as mudanças são inevitáveis. O novo substitui o antigo na mesma proporção que o segundo foi descoberto. Isto nos leva a pensar que as relações que vivemos são superficiais, e a falta de tempo gera um acúmulo de tarefas que aumenta a cada instante.


Pode-se dizer que tudo é efêmero. As constantes mudanças ocorridas na vida de cada pessoa fazem com que nos tornemos passageiros metropolitanos, em constante movimento. Este movimento, por sua vez, é exercido com uma velocidade que provoca uma diminuição na profundidade do que está sendo transformado. Assim, estaríamos vivendo em um mundo onde tudo sofreria esse processo e, desta forma, a paisagem passaria quase em branco, sem detalhes, e o cidadão se tornaria um personagem.


Transitoriedade é algo inevitável, ainda mais quando se vive em um mundo tão globalizado e inovador. As tecnologias e até as questões individuais de cada ser não permitem que os fatos, os valores e as relações permaneçam os mesmos por muito tempo. Ser efêmero é ser realista, é ver e entender o mundo da maneira que ele realmente é. É necessário, no entanto, que haja um equilíbrio, para que nada passe adiante sem ser realmente percebido e compreendido.






Dissertação de Álvaro Filogônio Netto


- Arroz com Livro -


O povo tem fome em diversos sentidos. Uma dessas fomes é justamente da educação. Ás vezes, uma cesta básica não irá matar a fome de alguém determinado a mudar de vida. É necessário saciar esta gente através de outros alimentos.


Com certeza, a distribuição de cesta básica é importante; entretanto, o estímulo à educação é fundamental. Não apenas o governo deve enfrentar este problema, como qualquer cidadão precisa colaborar, recolhendo livros e entregando-os às crianças de rua. Dessa forma, a erradicação do analfabetismo vai ficar mais próxima de se tornar realidade.


Deter este problema, que complexas pesquisas e projetos tentam solucionar, é urgente. Pode-se começar, simplesmente, com a tarefa de ceder um livro a alguém disposto a aprender. Hoje, a média de livros lidos por ano cresceu consideravelmente em relação ao passado. A fatia da população que mais lê representa os jovens. Evidencia-se, então, que as mudanças já começaram a acontecer, e todos devem dar continuidade a ela, ampliando ainda mais os resultados.


A melhoria do sistema educacional só ocorrerá com a leitura. Esta pode chegar às mãos de um morador de rua pela ideia proposta no texto. Será sempre benéfico à sociedade realizar essas ações, pois todos só terão a ganhar com o desenvolvimento de cada cidadão do país.




Um comentário: