quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lucas Von Lachmann

Que Caminho Tomar?

(artigo de opinião)

Desde que me lembro, tive todos os meus passos, por assim dizer, predeterminados: creche, escola, faculdade... Tudo para ter um bom futuro. O que me parece uma grande hipocrisia é que aqueles que mandam eu me dedicar às minhas obrigações muitas vezes se referem à sua juventude como os melhores anos de suas vidas... e o quanto rebeldes eles eram...

É verdade que os tempos mudaram, e ter estabilidade financeira se tornou mais difícil, principalmente pela maior competitividade no mercado de trabalho. E é exatamente por isso que, nesta época de nossas vidas, devemos ter o máximo de experiências possíveis até mesmo para descobrir o que queremos. Nem todos foram destinados a trabalhar em salas fechadas, sentados o dia inteiro; porém, amedrontados pelas condições de vida dos pobres de nossa sociedade, submetem-se a uma vida cheia de obrigações e vazia de felicidade.

O objetivo de enriquecer é para poder comprar felicidade; entretanto, em nossa sociedade, o preço da felicidade está caro e parece só ter um jeito de conquistá-la, com exceção dos prodígios esportistas. Na educação, o investimento estatal é muito pequeno, o que acarreta o desnivelamento com as instituições particulares. Deste modo, o mercado de trabalho está sempre desfavorável para aqueles com más condições financeiras. Por fim, mantém-se a ordem social desigual em que os ricos ficam mais ricos enquanto os pobres cada vez mais pobres.

Que sociedade é esta que só beneficia aqueles que vão pelos caminhos instituídos? E por que valorizar a qualidade de ser rico? É muito ruim crescer pensando que, para ser feliz na vida, só como engenheiro, advogado, médico. E é exatamente esse paradigma que precisamos mudar: buscar a felicidade desvinculada do dinheiro, pois, muitas vezes, esses dois são confundidos, o que leva a um falso estado de felicidade.

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