quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Paula Morand


Beleza na vitrine

(dissertação)

O mundo capitalista da atualidade criou, entre outras modificações, a necessidade da propaganda, da venda, do consumo. A população é diariamente bombardeada por “marketings” que a induzem a beber tal refrigerante, possuir o celular mais avançado, comprar a roupa da moda. Com isso, são construídos padrões comportamentais e, para estar em consonância com o século XXI, cria-se a necessidade de ceder às tendências.

A formação de estereótipos gera um consenso sobre o que é belo e busca homogeneizar esse conceito. O corpo torna-se, assim, parte desse conjunto estético, ideal, sendo mais um objeto de “venda”. O crescente sucesso de academias de ginástica, produtos para emagrecer e anabolizantes, por exemplo, pode ser explicado por essa busca incansável pela beleza.

Homens supermusculosos e mulheres macérrimas são postos como modelos de beleza. Estes padrões, fora da realidade da maioria das pessoas que possuem as mais diversas características físicas, fazem com que muitas arrisquem suas saúdes para “comprarem” o corpo perfeito. A “beleza universal”, portanto, deixa de ser um simples conceito com o assentimento da maioria, como o “belo” definido por Kant, e passa a associar-se a metas de vida e sofrimento quando relacionados ao físico.

A beleza deve assumir, então, um caráter mais subjetivo em que cada indivíduo defina como belo aquilo que o agrada e o atraia. Neste aspecto, é necessária uma atitude anticapitalista para que o corpo ideal e o belo, em qualquer situação, deixem de ser produtos uniformes e estáticos para se tornarem conceitos individuais e mutáveis.



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